quarta-feira, 12 de março de 2014

A mulher mais... LINDA do mundo!!! (E seu exemplo de vida.)

Por: Débora Rossini

Ooooopaaa! :-) Navegando pelo Facebook afora, deparei-me com um texto publicado no blog "Deficiente Ciente", e que me chamou bastante a atenção - principalmente por causa de um vídeo que vem acompanhando o texto. Quem segue o perfil do "Sopa" lá no Facebook, certamente viu que eu compartilhei o link para a reportagem, e escrevi assim: "-(...) Mais tarde, vou dizer de maneira mais aprofundada o que achei desse vídeo, lá no meu blog. Minha inspiração rolou solta!" 

Pois é, povo: prometi e cumpri, hehehe!!! Tomem novamente o link, para quem não viu o texto ainda... e vamos aos fatos: 

A reportagem a que me refiro - e que vem acompanhada de um vídeo legendado - fala da jovem americana Lizzie Velazquez, de 24 anos. Ela possui uma síndrome rara (possivelmente Síndrome Neonatal de Progeroides), que afeta apenas duas pessoas em todo o mundo. Por causa disso, ela pesa apenas 26 kg em 1,57 m de altura - já que seu corpo tem um metabolismo altíssimo, incapaz de armazenar gordura. (As pessoas inclusive confundem-na com paciente de anorexia, erroneamente.) Além disso, é cega de um olho. 

Por causa dessa doença, Lizzie, na escola, sofreu diversos tipos de "bullying" - e, inclusive, no ensino médio , foi vítima de "cyberbullying", com colegas fazendo um vídeo (intitulado 'A Mulher mais Feia do Mundo"), criticando a sua aparência; e internautas que nem a conheciam escreviam comentários do tipo 'faça um favor para a humanidade, se mate'. Cruel, não?? Ainda mais para uma adolescente, que ainda está em fase de formação de identidade!!! :-( 

No entanto, Lizzie conseguiu superar isto tudo, com o apoio de sua família, e hoje é formada em Comunicação pela Universidade do Texas. Ela usou todos os episódios de bullying e discriminação ao longo de sua vida (desde o jardim de infância) como "alimento" para a sua superação, para mostrar a que veio... e hoje ela dá palestras motivacionais. Como a que vi no vídeo de que venho falando "não é de hoje" neste post!!! 

O vídeo (cujo link está aqui), que dura 13 minutos e 10 segundos (em inglês e legendado), demonstra o quanto Lizzie tem de capacidade de superação. De uma forma divertida e bem-humorada, arrancando risos da plateia (que demonstra, por suas feições, estar altamente interessada no que a palestrante tem a dizer), ela conta sobre o preconceito e discriminação que enfrentou ao longo de sua vida, o apoio de sua família e sua vitória - afinal, alguém que ao nascer era dada como alguém praticamente com vida vegetativa, acabou formando na faculdade!!! E conta como superou, com bom-humor suas dificuldades. 

Por exemplo: a palestrante brinca com sua deficiência visual (ao dizer que é bom, porque gasta dinheiro com apenas UMA LENTE de contato em vez de duas, por ter visão monocular; e também porque se não quer ver gente chata, basta que esta esteja posicionada na direção do olho cego) e com seu peso baixíssimo (ao dizer que pode comer tudo que gosta - ao passo que as outras pessoas ficam preocupadas é em engordar - e que até pensa em ser garota-propaganda dos Vigilantes do Peso ou de alguma academia, em anúncios direcionados a quem está louco para emagrecer.) Ela diz isso rindo bastante, e arrancando risos da plateia! Ao mesmo tempo, ela enuncia suas dificuldades, dizendo que em sua vida, apesar dessas "vantagens", nem tudo são flores: há muita, muita discriminação e bullying por causa de sua aparência física. 

Vale a pena vê-lo, pois o que chama a atenção MESMO não só é o conteúdo dito (que por si só já mostra o exemplo de vida dessa jovem), mas também a FORMA que é dito pela paciente - de forma descontraída, deixando a plateia bem-humorada, de forma que esta tenha aquele sentimento de admiração, e não de "dó" ou pena... dá para ver que Lizzie, em suas falas, usa o mesmo recurso de descontração que uso ao escrever aqui no "Sopa" e até mesmo na minha página "Driblando e Vencendo a Síndrome de Irlen" : a ideia é falar de coisa séria, porém em tom descontraído, a fim de que seja melhor recebido por quem lê, tirando aquele rótulo de que "assuntos relacionados a deficiência seriam tabus", rerrerré! 

Como o vídeo está em inglês e legendado, é de se imaginar que a galera que tenha deficiência visual não consiga ter acesso ao conteúdo... (a não ser, claro, que a pessoa compreenda Inglês, né?) Pensei na possibilidade de eu transcrever aqui nesta postagem o conteúdo das legendas, mas... fiquei com receio de o material audiovisual estar protegido por direitos autorais e os donos não gostarem da reprodução (tá, eu até poderia arriscar colocar, e se desse "pepino", tiraria, mas dá um trabalho enoooorme transcrever 13 minutos de fala, acompanhados de audiodescrição de pistas visuais, para depois "simplesmente" não poder usar... correria o risco de ter o trabalho perdido, e meu tempo anda escasso. Uma pena...) Bom, se você tem problemas com a potência visual, e não entende inglês falado, sugiro o seguinte - pelo menos por enquanto: 

-- Peça para alguém sentar com você e ler em voz alta as legendas ( seria tão bom se existisse um aplicativo que lesse para cegos as legendas em voz alta, tipo tradução simultânea, sem ter de ficar dependendo de outras pessoas para lerem as coisas,né? kkkkk!)

--Fique de ouvidos atentos às risadas da plateia, em determinados pontos da fala. É justamente esse efeito que dá o ar de "leveza" da apresentação, que fica similar a esses monólogos apresentados por humoristas; 

--Preste atenção no fato de que, em alguns momentos, ela interage de forma divertida com a plateia. Ela diz algo, e a plateia responde, em alguns momentos. 

--Ao ouvir o vídeo e a leitura das legendas feita por outra pessoa, lembre-se sempre desta informação que estou te passando: a apresentadora está sempre com o semblante alegre, e sorrindo para a plateia, passando a ideia de que é bem-resolvida com a sua deficiência (cega de um olho e magra excessiva, o que caracteriza a sua aparência "diferente"). 

E então! Dá para ver que é possível enfrentar uma deficiência "braba", mas sem perder o bom humor e a alegria de viver? 

Se você gostou desta postagem, não fique aí parado: pegue o teclado e comente aí abaixo!!! :-)

quinta-feira, 6 de março de 2014

Pequenas atitudes, grandes efeitos!

Por: Débora Rossini

OOOOOOOOOPAAAAA!!!! Depois de "séculos" (kkkkkkkkk) sem escrever alguma coisa neste espaço virtual - por estar atarefada com estudos e com outros projetos diversos - inclusive virtuais - relacionados à Inclusão e Acessibilidade, finalmente aproveitei um tempinho livre para escrever coisas que, há um tempão, já estavam na minha cabeça... mas que não tinha tempo para passar para a telinha do computador!

Pois bem: o post de hoje é para falar como pequenas coisas, pequenas atitudes feitas no cotidiano, podem ajudar pessoas com necessidades especiais - sem que, obrigatoriamente, você tenha de dedicar horas do seu dia ou semana para, digamos, "fazer o bem".

"-Oras, mas COMO assim??" - você deve estar pensando.

Vamos "começar do começo":

Muitas vezes, quando se fala em "ajudar pessoas com deficiência", logo vem, na mente dos interlocutores, a (louvável) ideia de separar algumas horinhas na sua agenda para, regularmente, fazer um trabalho voluntário - seja com pessoas com deficiência visual, auditiva, dentre outras. E, aí, o povo vive dizendo:

-"Ah, acho muito lindo isso, mas não tenho tempo... trabalho o dia todo..."

Ou então:

"-Faço faculdade, trabalho e tenho família para criar..."

Ou então, assim:

-" Admiro muito quem faz esse tipo de atividade, mas não tenho o dom para lidar com essas pessoas..."

Beleza, compreendo perfeitamente tais argumentos. Mas será que você, que está lendo esta postagem, parou para pensar que, mesmo com seu corre-corre diário, pode fazer pequenas coisas que, para você, são pequenas, mas que para uma pessoa com necessidades especiais, pode fazer AQUEEEELE efeito positivo??? E que, sem dúvida, são complementares às belas atividades que voluntários, ou profissionais que "lidam diretamente com gente", desenvolvem para atender ao público com deficiência? Vou citar alguns exemplos! É o que denomino, aqui neste texto, de "ajuda indireta". :-)

AJUDANDO INDIRETAMENTE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

-- Se sua rua não dispõe de lixeiras de uso coletivo, dessas enormes, para a população colocar o lixo de casa até que o caminhão de lixo passe para recolher, "PELAMORDEDEUS" fique atento com a forma que vc põe o saco de lixo no meio da rua. Tem gente que não está "nem ai", e põe o saco no meio do caminho, atrapalhando a caminhada de quem tem deficiência visual e dá "aquele chutão" sem perceber, no trambolho ali colocado. Isso se não acontecer algo mais grave, de a pessoa levar um tombo. Nem sempre a bengala-longa detectará em posição hábil o obstáculo, e aí... PLOFT!!!!

Assim sendo, se cada um fizer a sua parte na hora de colocar o lixo - de forma que fique mais nos cantos, sem atrapalhar o caminho, já ajuda enormemente.

-- Tomem cuidado com o TIPO de lixo que vcs colocam, mesmo se for "nos cantos" como sugerido acima. Já aconteceu de eu andar na rua e ver GARRAFAS (principalmente de vidro!!!) largadas no meio da calçada. (É que pode acontecer de alguém bem-intencionado colocá-la no cantinho, mas aí ela ser derrubada - por algum animal de rua, vento, ou profissional da reciclagem que viu o item e não gostou, deixando-a mal posicionada... aí ela acaba indo para onde não deve. ) Já imaginaram o desastre, de um cego ou pessoa com baixa visão, sem perceber, pisar nela, e sair rolando, e cair...? Dá um acidente, né?  A pessoa já está com desvantagem de visão, e correr o risco de ficar prejudicada do físico também... não dá, uê...!  SUGESTÃO: Este tipo de lixo deve ser cuidadosamente ensacado, encaixotado ou colocado numa lixeira apropriada que tenha na rua, sem risco de cair.

--Parem de jogar restos de embalagens de alimentos na rua! Além de demonstrar falta de educação, é ruim para quem não enxerga ou enxerga pouco! A pessoa pisa, por exemplo, num copo de iogurte jogado na rua, e lá vai andando... sem perceber que, com a pisada, restos do iogurte podem espirrar e atingir o sapato ou calça do indivíduo... e se ele está indo trabalhar, e chega sujo sem saber... ? Isso sem dúvida é bastante constrangedor...!

--Se você tá passeando com seu cão de estimação na rua, e se ele faz cocô na rua ou outro local público, PELAMORDEDEUS recolha a "obra" do bicho!!! Não tem nada mais desagradável do que uma pessoa com deficiência visual pisar no "negócio" (éca!!) sem saber... e o pior, sujando seus calçados, ponta da bengala... e sem saber, sair pondo a mão nela na hora de guardar, e aí... já viu... Bom, entendeu o quanto é desagradável, nojento e constrangedor pra pessoa que não enxerga e acaba numa situação destas, né?

Claro que infelizmente esse tipo de acontecimento não tem como ser evitado 100% pelo cego - já que tem um monte de cães e gatos de rua que fazem o "número dois" onde bem entendem. Mas, se os cães que passeiam com os donos, têm suas fezes recolhidas num saquinho, de forma adequada pelos donos, já diminui bastante a incidência desse tipo de coisa - evitando aborrecimentos desnecessários para quem já "mata um leão por dia", como os cegos em seu cotidiano, rerrerré!

AUXILIANDO INDIRETAMENTE PESSOAS CEGAS USUÁRIAS DE BRAILLE 

-- Se você tem em casa apostilas e outros impressos velhos, impressos de um lado e do outro, e quer jogar fora, já pensou no quanto esses papeis podem ser reutilizados - como rascunho - para a galera que usa Braille? Explico: aquele papel impresso em tinta em ambos os lados, está "em branco" para um cego que usa a escrita em relevo! (Se você enxerga, pegue um papel desses, feche os olhos, passe a mão por ele e entenda o porquê, rerrerré! Se é cego, compare uma apostila qualquer em tinta com uma folha ofício em branco que lhe deram... e sinta a "diferença" praticamente nula para a escrita em relevo, rerrerré!!!) 

Portanto, se você NÃO é cego e sente que tais papeis impressos frente e verso já cumpriram sua finalidade em sua vida... em vez de simplesmente jogá-los fora, que tal doá-los para algum cego (que escreva em Braille) que você conheça? Ou, então, doar a papelada para alguma instituição que atenda cegos? Vai aumentar a vida útil das folhas... e a natureza agradecerá esta reutilização!!! :-) Que tal???


AUXILIANDO PESSOAS COM SÍNDROME DE IRLEN

Para quem não sabe, esse é um tipo de problema oftalmológico pouco conhecido, mas que causa sérios impactos na qualidade de vida de uma pessoa. (Leia mais sobre o assunto nesta página, também de minha autoria. ) Um dos recursos que ajudam várias pessoas com esse distúrbio - na escola e trabalho - é o uso de papeis RECICLADOS em vez dos branquinhos convencionais. Isto porque o fundo branco do texto ofusca-lhes a visão, dificultando-lhes a leitura e escrita. E os reciclados tem um fundo bege ou pardo, que dá uma "aliviada" visual para muitos pacientes, na hora de ler e escrever.

"-Tá, mas como ajudar esse pessoal? Não conheço ninguém assim... e só fiquei sabendo que existe Síndrome de Irlen ao ler este texto!" - você , e muita gente, provavelmente está pensando.

É mais fácil do que você imagina... e nem precisa necessariamente de conhecer alguém assim!

-"MAS COMO???" - já tô imaginando a cara do leitor impaciente na frente do computador, rerrerré!

Simples, "meu filho"! Acompanhe meu raciocínio:

Se essas pessoas usam papel reciclado, e encontram para comprar, certamente é porque diversas pessoas, lááá no início da história, em vez de jogar fora o papel no lixo comum, encaminhou para um posto de coleta de reciclagem - ou para uma lixeira no próprio local de trabalho/estudo destinada para coleta seletiva. Aí o coletor de lixo reciclável foi lá, pegou, recebeu seu dinheirinho ao vender para um local que recicla papel, o papel foi reciclado e... posto à venda, sendo reutilizado!!! :-) Olha quantos seres vivos (rerrerré!!!) vão agradecer quem põe o papel para reciclagem: humanos (que sobrevivem da coleta de materiais reciclados), humanos (que tem Síndrome de Irlen e necessitam de papel reciclado), vegetais (árvores que foram poupadas de cortes para papeis novinhos e branquinhos)... Aliás, a natureza agradece, e TODOS os seres vivos saem ganhando, pois diminui o impacto ambiental, uê! :-)

Claro que aí entra a filosofia do "trabalho de formiguinha" - você faz a sua parte, convida outros para fazerem o mesmo no dia-a-dia, e... aos poucos, os esforços de cada um vão sendo somados, e... aí, vale o ditado de que "a união faz a força"!!!

E MAIS: 

Independente da deficiência que uma pessoa apresente, procure tratá-la com respeito, procure informar quais são as melhores formas de acessibilidade atitudinal, não a discrimine em seus círculos de convivência, ofereça ajuda se ela necessitar ou quiser... sem sombra de dúvida, muitos gestos simples como ao menos dar um "oi" podem fazer o indivíduo com deficiência "sentir que ganhou o dia"! Já é uma forma de você ajudar, mesmo sem saber, rerrerré!!!

Bom, eu enfatizei neste texto as deficiências visuais,pois são as que mais conheço de perto no dia-a-dia, através da convivência. E você, leitor, tem alguma sugestão aplicada a pessoas com outros tipos de necessidades especiais? USE O ESPAÇO ABAIXO, DESTINADO A COMENTÁRIOS, PARA SE MANIFESTAR, rerrerré!!! "Bóra" escrever?