terça-feira, 30 de julho de 2013

COMO USAR O NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE DE SUA UNIVERSIDADE? (PARA ESTUDANTES)


Por: Débora Rossini

Oooopa! O post de hoje é um "manual de instruções" de como utilizar o espaço denominado "Núcleo de Acessibilidade" (*) de sua universidade! Então, se você é um estudante universitário com necessidades especiais, este texto é para você mesmo!!
(*) Algumas universidades possuem o referido espaço/setor com outros nomes, tais como: "Núcleo de Apoio à Inclusão", "Centro de Apoio a Necessidades Especiais", etc. Mas dá pra ver que são nomes diferentes , que variam de uma universidade a outra, que querem denominar a mesma coisa, ok?

Claro que cada Núcleo de Acessibilidade de cada universidade tem suas regras, que variam de uma instituição para outra. O objetivo deste post, portanto, é de trazer dicas/sugestões para você aproveitar o máximo possível deste espaço!




PRIMEIRAMENTE: O QUE É UM NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE?
É um setor da universidade que tem como finalidade suprir e atender às necessidades educacionais especiais de estudantes que as possuem. Assim sendo, tem como finalidade o suprimento de recursos assistivos para estes estudantes - equipamentos e materiais didáticos adaptados para quem tem deficiência auditiva, visual, motora, etc - e recursos humanos (ledores para cegos, intérpretes de Libras para surdos, apoio psicopedagógico, dentre outros.)                                                                            


E COMO USUFRUIR DESTE ESPAÇO?
Primeiramente, é bom que você - que possui necessidades educacionais especiais - tenha em mãos os laudos/relatórios médicos comprobatórios de suas limitações. Cada universidade tem suas regras em relação a onde você deve se dirigir com essa papelada toda (Setor de Saúde? Pró-Reitorias de Graduação/Pós Graduação ou de Assuntos Estudantis? O próprio Núcleo de Acessibilidade?) Bom, na universidade em que estudo, o aluno deve seguir este "ritual" aqui, descrito num post que já escrevi sobre o assunto... ;-)
Há universidades em que a própria Comissão do Núcleo de Acessibilidade indicará os procedimentos institucionais a serem feitos, caso o estudante precise de orientação para estes. Algumas solicitam que o estudante preencha uma ficha cadastral (tal como a UFSM - Universidade Federal de Santa Maria - por exemplo), a fim de proporcionar um acompanhamento mais "de perto" do aluno que necessite.
O aluno pode - e deve! - pedir ajuda a alguém do Núcleo de Acessibilidade sempre que necessário, para explicar seu problema (visual, locomotor, auditivo, etc) para os professores e monitores, para que as atividades acadêmicas sejam melhor desenvolvidas. 



"TOQUES" PARA UM BOM USO DO NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE
1) Esteja sempre atento (a) às regras de funcionamento do Núcleo de Acessibilidade de sua universidade. Caso você não concorde com alguma determinação (afinal, cada caso de pessoa com deficiência é um caso, né?), converse - amigavelmente, pelo amor de Deus!!!! - com a pessoa responsável.
Por favor, NADA de bancar o "deficiente revoltadinho" (risos) na hora de reivindicar os direitos, viu? Seja educado, polido e lembre-se: quanto mais você colaborar com as pessoas que estão ali JUSTAMENTE PARA TE AJUDAR, mais fácil será para encarar as dificuldades numa boa! E lembre-se: quem tem algum tipo de deficiência, infelizmente, já tem "tendência" a ser discriminado pelas outras pessoas. Então, quanto mais simpático, educado e gentil você for, menor a probabilidade de os outros te deixarem pra escanteio. (Se isso já vale até para quem é, digamos, "normalzão" - rerrerré!!- imagine então para quem tem algum tipo de necessidade especial, né? É a realidade, meu leitor!!!)


2)Compreenda que ali é um espaço de USO COLETIVO. Portanto, seja cuidadoso com os equipamentos, materiais de estudo, materiais didáticos adaptados, etc. Tais apetrechos, como você tá careca de saber (risos) são caros, e frequentemente difíceis de conseguir!!! Se você estraga, por descuido, um computador, some com um cabo de um equipamento eletrônico, coloca objetos pesados em cima de um livro em Braille ou deixa arranhar o DVD com material multimídia visual para surdos, você não só está estragando o material que ajudará VOCÊ em seus estudos, como também tá tirando a chance de outras pessoas com necessidades especiais a estudar. PENSE NISSO, meu amigo!!! ;-)

 


3) Tirou do lugar algo? PELAMORDEDEUS, GUARDE assim que acabar de usar o treco!!! Facilita muito a vida da próxima pessoa que for usar a coisa - pois achará mais facilmente o objeto. PRINCIPALMENTE em se tratando de objetos usados por CEGOS - já que estes localizam as coisas por memorização da posição espacial, da gaveta, do armário, da prateleira em que estão!


4) Quis bancar o espertinho e levar , sem autorização formal, algum objeto pra casa, monopolizando seu uso??? Uuuuuuuhhhhhhhh ....!!!! (vaiando). A não ser que o objeto seja disponível para empréstimo - com a devida autorização e registro da pessoa responsável pelo setor, NADA DE ficar querendo levar fone de ouvido, regléte, DVD e outros objetos para sua casa! Larga de ser egoísta (risos), pois já-já vai aparecer outro colega seu precisando de usar o negócio na sala de recursos, e, aí... cadê o apetrecho? Se fosse com você, aposto que você não ia gostar, e ia ficar estressadão, não é verdade? ;-)


5) BOA CONVIVÊNCIA. Trate bem seus colegas com deficiência, compreenda as diferenças das necessidades especiais suas e deles, sem ficar estressando com ninguém. Parece difícil quando a gente imagina, por exemplo, pessoas com deficiência visual e auditiva compartilhando um mesmo espaço físico, dadas as diferenças de percepção ambiental e, sobretudo, as dificuldades de comunicação. Se você, enquanto pessoa com deficiência, tanto batalha por inclusão, aceitação e acessibilidade, dê o exemplo, ao aceitar seus colegas como são - e nada de ficar achando que você é mais "coitadinho" que os outros! Calma, tem espaço para todo mundo! :-)


"Peraí, mas e esse negócio de cego e surdo na mesma sala de recursos? Vai ser um caos na hora de se comunicar, né?"- você deve estar pensando.


Relaxa, que seguem-se algumas dicas espertas (TESTADAS E APROVADAS):
-Para deficientes auditivos que usam AASI ou IC (aparelhos auditivos) e que são oralizados: certamente não vai ter muita dificuldade para vocês interagirem com a galera que tem a potência visual baixa ou nula. Apenas lembrem-se que boa parte das pessoas com comprometimento visual esboçam poucas expressões faciais ao falar - o que pode atrapalhar um tiquinho a leitura orofacial feitas por vocês. Se isso acontecer, peçam para que eles repitam o que disseram, ou que ajustem a velocidade de fala que for melhor para vocês, ou peçam que aumentem o volume da voz caso seja necessário. 
-Surdos sinalizados (usuários de LIBRAS) com deficientes visuais: já que a tecnologia está aí, disponível, por que não valer-se dela para comunicar com o povo que não vai conseguir enxergar os gestos e expressões faciais de vocês? ;-) Simples: por meio de um computador (portátil ou desktop), sempre que precisarem de se comunicar dentro da sala de recursos (e não tiver um mediador ou intérprete disponível), façam o seguinte: ativem o leitor de telas para cegos; a partir daí, podem se comunicar digitando!!! :-) Você, surdo, digita; o cego ouve através do sintetizador de voz do computador; o cego digita a resposta;  e você lê através da tela! (Dica testada e aprovada que já funcionou várias vezes.)

E lembrem-se, galera com deficiência visual e auditiva: embora as percepções de mundo dos D.V.s e D.A.s sejam opostas (o "mundo" dos primeiros é percebido sobretudo pela audição, enquanto o dos segundos é percebido predominantemente por habilidade visuais mais apuradas) dá, sim, para ter uma boa convivência! :-) Quem sabe vocês podem inclusive ajudar uns aos outros (o cego "empresta" o ouvido pro surdo, e este "empresta" os "zôio" pro cara com deficiência visual)??? Rerrerré! Conheço um caso em que o professor com deficiência auditiva (parcial) e a aluna com deficiência visual (parcial) conseguiram, não só conduzir as atividades acadêmicas com êxito, como também se tornaram parceiros de projeto de pesquisa e grandes amigos. E, claro, aprenderam bastante com as limitações e habilidades um do outro - inclusive, compreendendo mutuamente as dificuldades de acessibilidade enfrentadas no dia-a-dia. (Que tal aprender com eles, rerrerré????)

 

6) LEMBRE-SE, MAIS UMA VEZ, DE QUE O ESPAÇO É DE USO COLETIVO. Nada de ficar achando que a sala de recursos é seu gabinete particular, rerrerré! Mesmo que , em determinado semestre, você seja o único estudante que frequenta a sala de recursos, no próximo pode ter um calouro que necessite de usá-la também. Ou mesmo aquele estudante veterano que, normalmente, não usa a sala de recursos por opção (prefere estudar em casa, ou na cabine da biblioteca com colegas , etc) mas que, em situações mais pontuais, necessite de usar a sala.

7) PARA QUEM TEM DEFICIÊNCIA VISUAL E USA LEITOR DE TELA. A menos que você esteja sozinho na sala, seja educado e, POR FAVOR, use os fones de ouvido ao estudar!!! Imaginem uma multidão de cegos na sala, e cada qual estudando uma matéria diferente através do computador "falante" ou de aparelho de mp3: se ninguém usar os fones, o ambiente vai ficar com aqueeeele falatório dos aparelhos, todo misturado... e, conseguir estudar mesmo que é bom, nada!!!

"Mas peraí... eu já vi em diversas reportagens que o uso de fones de ouvido por tempo prolongado, todo dia, acaba por causar danos à audição. Já sou 'ceguetinha', e não tô querendo ficar surdo não! Meus ouvidos fazem papel de ouvido e de olho, pô!" - você, que tem problema de vista, deve estar se perguntando.

Você tem razão de estar preocupado, meu caro leitor! (Veja inclusive este post que já escrevi sobre este assunto.) Assim sendo, te dou duas sugestões: se não quiser usar o fone de ouvido, então ponha o som externo no volume MÍNIMO - de forma que seja suficiente para só você escutar, e mais ninguém ficar incomodado. Afinal, normalmente quem tem deficiência visual tem audição mais desenvolvida, né? (A não ser que o cego tenha também dificuldades auditivas.) Use então isso a seu favor! A outra sugestão é pegar o par de fones de ouvido (desses de concha) e pendurá-lo no pescoço através do arco que une as conchas que emitem som. Regule o volume de forma que só você ouça, e que não incomode ninguém. Pronto! A fonte sonora estará perto de seu ouvido, mas não estará "em cima" deles sobrecarregando sua audição! ;-)

Essas são as dicas que tenho por hoje. Se eu tiver mais alguma ideia adicional, eu publico posteriormente!
E VOCÊ, LEITOR? GOSTOU DAS DICAS DADAS? TEM ALGUMA SUGESTÃO ADICIONAL? COMENTE AÍ NO ESPAÇO ABAIXO!!! :-)

O “SOPA” NA MÍDIA: REPORTAGENS SOBRE ESTE BLOG

Por: Débora Rossini

 
Oooopaaa! O post de hoje traz duas aparições do “Sopa” na mídia – e que já compartilhei no perfil do Facebook, na época em que foram veiculadas. (Não postei aqui até então, por pura falta de tempo, rerrerré! Me desculpe, leitor?) Mas agora estou falando sobre isso aqui no Blog – e aproveito para falar das duas em uma postagem só! :-) 

Uma delas é uma reportagem em vídeo, exibida recentemente pela TV Universitária da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Ela conta um pouco da história deste blog : como foi criado, como é mantido, quais os temas – e, claro, quais as opiniões a respeito dele, dadas por pessoas envolvidas com as questões relativas à Inclusão e Acessibilidade na referida universidade. 

No referido vídeo, foram entrevistados: o estudante de Física Felipe Fortes (sobre quem  já falei neste blog, rerrerré!) ; a Coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da UFLA, Helena Libardi; e, também eu, que, além de estudante da UFLA, sou responsável por este blog, rerrerré!!!

Gostei bastante da reportagem feita; a TV-UFLA está de parabéns!!! :-) Confiram o vídeo neste link.

Tem também uma outra reportagem sobre este blog, que foi feita em maio deste ano e que compartilhei “loucamente” (risos) no perfil do “Sopa” no Facebook! Ela é uma reportagem em texto, que foi publicada no site da UFLA, na página principal. Conforme eu disse no Facebook, gostei muito do texto feito!!! Para quem ainda não viu, olha o link aí!! 

Note que, na reportagem em texto feita no site da UFLA, fala-se tanto a respeito deste blog quanto da página “Driblando e Vencendo a Síndrome de Irlen”, também de minha autoria, que fica no Facebook.

E você, leitor? Gostou das reportagens feitas? O que achou? Comente abaixo!!! :-)