segunda-feira, 21 de março de 2011

Quer saber se está chovendo? Que tal sentir o cheiro para saber?

Oooooopa!!! De novo na net, trazendo coisas interessantes para os leitores!!!! Desta vez, a novidade "internética" vem lá do site "Educação Matemática e Surdez", escrito pelo professor Salles - e que foi um dos primeiros que adicionamos à nossa lista de favoritos. Olha o link aí,para a nossa sugestão de leitura de hoje, moçada!!! O texto que sugerimos para leitura se chama "O Cheiro da Chuva", e pode ser lido em:

http://ersalles.wordpress.com/ppees/#comment-115

O autor do post , que é professor de Matemática, conta uma experiência interessante com uma aluna surda, na época em que ele fazia um trabalho acadêmico de campo, a fim de coletar material para sua monografia. Não vamos contar muito, senão perde a graça, rerrerré! ;-) Mas, para ir adiantando, o relato do professor mostra o seguinte: as pessoas que possuem limitações sensoriais podem desenvolver mecanismos adaptativos que resultam no fato de os outros sentidos remanescentes ficarem mais aguçados! E, por consequência, tais pessoas desenvolvem maneiras alternativas de perceberem os fenômenos ao redor e o mundo à sua volta!

Fica aqui a seguinte ideia para reflexão: as pessoas com (d)eficiência têm todo o potencial de desenvolverem talentos e habilidades, a fim de atingirem seus objetivos de estudar, de trabalhar, de fazer amigos, de... enfim, viver! Cabe à sociedade, composta majoritariamente de pessoas sem necessidades especiais (será que é isso mesmo?!?!?!?!) entender esse fato e acolher quem tem dificuldades de audição, de visão, de locomoção ou qualquer outra.

O "Sopa", que vive marcando presença na blogosfera ( a modéstia passou longe, heim? Rarrarrá!!!), foi até o "Educação Matemática e Surdez"... e, claro, deixou um palpite na página de comentários - após ler o post feito pelo professor Salles. Escrevemos o seguinte "palpite":

"Bastante interessante essa observação acerca do “cheiro da chuva”!!! Ela é uma demonstração clara da questão do desenvolvimento de outros sentidos – ou seja, quando uma pessoa possui uma deficiência sensorial, ela aguça os sentidos remanescentes para ampliar sua percepção de mundo! ;-) No caso da Juju, como ela não escuta o barulho da chuva, ela desenvolveu meios alternativos de perceber isto (além , claro, de utilizar as pistas visuais quando possível).
A percepção do “cheiro da chuva” também ocorre com deficientes visuais, cujo olfato geralmente é aguçado, para compensar o déficit visual! (Outra alternativa para os cegos é o recurso auditivo – ou seja, o som da chuva.)"

E vocês, leitores do "Sopa", o que acham? Comentem!!!!! :-D

Um comentário:

  1. Sentidos Remanescentes e Acessórios

    Fui citado, logo tenho a obrigação moral de ser o primeiro a pronunciar-me... rs!

    Para ampliar às discussões (e colocar pimenta na Sopa!), gostaria de citar Oliver Sacks (1998), que no livro "Vendo Vozes" (Best-seller na área da surdez) aborda que além dos sentidos “tradicionais” e remanescentes podemos considerar, também, os sentidos acessórios... Um notável exemplo seria o de

    "Lucy K., embora profundamente surda, é capaz de avaliar de imediato um acorde como “dominante” colocando a mão sobre o piano, e consegue interpretar vozes em telefonemas em telefones com grande amplificação; em ambos os casos, o que ela parece perceber são vibrações, e não sons. O desenvolvimento da percepção de vibrações como um sentido acessório guarda certas analogias com o desenvolvimento da “visão facial” (que usa o rosto para perceber uma espécie de informação de sonar) nos cegos (p.21)."

    No artigo "O olho da mente", Sacks (2007), se referindo a John Hull, professor de ensino religioso, que desenvolveu catarata aos 13 anos e perdeu a visão total aos 48 anos, nos diz:

    "Ele concebe a 'cegueira profunda' como 'um mundo autêntico e autônomo, um lugar completo por si só'. (...) Ser vidente de corpo inteiro é estar em uma das condições humanas concentradas".

    "'Ser vidente de corpo inteiro' significa desviar a atenção, o centro de gravidade, para os demais sentidos (...)"

    Não é uma é apenas uma "compensação", mas uma nova ordem, um novo modo de ser humano.

    Obrigado pela honrosa menção!
    Abraço em tod@!
    Sales.

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